quinta-feira, 17 de setembro de 2015

O que nos torna humanos. Conheça o projeto "Human"


O fotógrafo francês Yann Arthus-Bertrand reuniu uma equipe e passou 3 anos coletando relatos de mais de 2000 homens e mulheres, por mais de 60 países. As histórias reais, as mais diversas, versam sobre diversos tópicos, como vida, morte, amor, família, pobreza, direito das mulheres, sexualidade e guerra.

Os entrevistados, entre eles 3 brasileiros, não nos são apresentados com nome e pais de origem, escolha acertada da direção, o que torna a obra mais universal. Os relatos variam entre histórias de vida inacreditáveis e situações corriqueiras. Casos de amor e também de ódio e vingança. Ao despir-se de julgamentos morais, cabe ao espectador decidir como lidar com tudo isso.

A obra, porém, peca ao se permitir cair na generalização dicotômica de ricos/pobres, presente no primeiro volume. Note que logo após um relato comovente e intimador de um homem pobre, há dois seguidos de pessoas declaradamente ricas respondendo a uma visão senso comum de que a riqueza é necessariamente sinônimo de falta de trabalho e que implica em infelicidade nas relações familiares. Human também tende muito ao drama. Estes fatores não o diminuem, mas o desvia em alguns momentos de sua essência pró diversidade, apesar de, por outro lado, reforçar as desigualdades sociais. Considerei válido levantar esta questão para reforçar a importância do olhar crítico para com documentários.

As entrevistas são intercaladas com sequencias aéreas de hipnotizante beleza, de aglomeração de pessoas a cenários naturais - como Lençóis Maranhenses - e urbanos, fazendo lembrar a trilogia qatsi, de Godfrey Reggio

Kalil

Author & Editor

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